Betty Jane Meggers
(05/12/1921 - 04/07/2012)
Com Clifford Evans às margens do Rio Anajas em 1949.
Betty Meggers é considerada uma das mães da Arqueologia Brasileira por suas pesquisas pioneiras na Amazônia, a execução do primeiro Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas (PRONAPA), cobrindo os estados litorâneos do Brasil, e do novo Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas na Bacia Amazônica (PRONAPABA), cobrindo os afluentes do Rio Amazonas. Ela é conhecida pelo generoso apoio que dava a arqueólogos brasileiros e latino-americanos, que se propunham a realizar pesquisa arqueológica, proporcionando bibliografia, datações de C14, oportunidades de encontros e publicações.
A foto da homenagem mostra seu trabalho, junto com o marido Clifford Evans, na beira do rio Anajás, em 1949.
Desde a adolescência ela mostrou interesse em Arqueologia, colaborando como voluntária na Smithsonian Institution
- 1943 - consegue o Bacharelado na Universidade de Pensilvânia,
- 1944 - conclui o Mestrado na Universidade de Michigan,
- 1946 - Casa com Clifford Evans,
- 1948 - Realiza os primeiros trabalhos na Amazônia,
- 1952 - conclui o doutorado na Columbia University. O
título da tese: ‘The Archaeological Sequence on Marajó Island, Brazil,
with Special Reference to the Marajoara Culture’.
- 1954 - assume como pesquisadora no Smithsonian Institution.
- 1965-1970 - Coordena junto com Clifford Evans o Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas (PRONAPA)
- 1977 - Cria o Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas na Bacia Amazônica (PRONAPABA) em cujos resultados continuava trabalhando.
- 1979 - Cria e passa a presidir a Fundação Taraxacum, de apoio à pesquisa.
Betty Meggers era uma pesquisadora de grande visão e força, dirigia seus projetos com vigor e rigor, mas tratava seus colaboradores e parceiros com muita liberdade; deixou inúmeras publicações, defendeu teses importantes, relacionava-se com muita
gente. Sua presença nunca passava despercebida. Recebeu numerosos prêmios e títulos nos países em que trabalhou, ou cujos pesquisadores apoiou: Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Ecuador, Colômbia, Venezuela, México, especialmente os Estados Unidos.
Quem escreve esta homenagem não participou de nenhum de seus projetos, mas sempre teve seu apoio, sem restrição de
autonomia, como de uma madrinha, que proporcionava bibliografia, datações, estágios e ligação com outros pesquisadores. Era o que se
precisava nos primeiros passos da Arqueologia Brasileira e ela fazia questão de oferecer.
Pedro Ignácio Schmitz