ALBERTO REX GONZÁLEZ

16.11.1918 - 28.03.2012

A homenagem a Rex González é devida ao fato de que, com seu exemplo, me ensinou a pensar arqueologia como a história das populações americanas e a não isolar o Brasil nesse desenvolvimento. Foram duas oportunidades inesquecíveis: A primeira, 1960, em Tafi del Valle, província de Tucumán, nos contrafortes andinos, com alunos da Universidad Nacional de Córdoba, estudando, durante dois meses, o desenvolvimento da região, desde os caçadores antigos até o domínio inca. Depois, 1970-1971, durante doze meses, no Museo de La Plata, como meu tutor, proporcionando contato e colaboração com a grande equipe do museu e, ainda, com os demais arqueólogos argentinos através de seus primeiros congressos nacionais de Arqueologia. A foto é a de Rex de minha memória.
Rex González era um intelectual e homem público dos mais destacados na América Latina. Ele se formou como médico na Universidad Nacional de Córdoba, em 1947. Recebeu o título de doutor em Antropologia pela Columbia University, EUA, em 1954. Foi professor nas universidades nacionais de Córdoba, do Litoral, de La Plata e de Buenos Aires; Diretor do Museo Etnográfico da Facultad de Filosofía y Letras da Universidad Nacional de Buenos Aires e Chefe da Divisão de Arqueología do Museo y Universidad Nacional de La Plata.
Dedicou-se ao estudo arqueológico e antropológico das civilizações pré-incaicas sul-americanas, especialmente à periodização das culturas do Noroeste Argentino, mudando a metodología e as técnicas de campo, estabelecendo como meta a reconstituição histórico-cultural integral, incorporando a economia e a organização social aos estudos da cerâmica. Foi pioneiro na aplicação do método de datação por Carbono 14 na América do Sul. Deixou 107 publicações, entre livros, monografias e artigos.
Além de numerosos outros reconhecimentos e prêmios, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidad Nacional de Tucuman, da Universidad Nacional de La Plata e da Universidad Nacional de Córdoba.
Era casado com Ana Montes, com a qual teve quatro filhos, que lhe deram quatro netos e oito bisnetos.
Quando no Brasil a Arqueologia ensaiava seus primeiros e inseguros passos, ele me deu uma oportunidade, que merece esta homenagem.

Pedro Ignacio Schmitz.