Edição Impressa ISSN 0553-8467

PESQUISAS

APRESENTAÇÃO

Com este número a revista Pesquisas completa 60 anos. Ela é o orgão de publicação científica do Instituto Anchietano de Pesquisas, criado em 1956, para reunir e dar apoio aos pesquisadores jesuítas, que atuavam em colégios, seminários e missões indígenas. Neste momento ainda havia poucas instituições de nivel superior e os colégios ainda eram centro de cultura, não só de educação. Os primeiros números reuniram trabalhos das diversas especialidades dos sócios fundadores, como História, Etnografia, Arqueologia, Botânica, Zoologia e Química. Depois a revista se consolidou em setores: História, Antropologia, Botânica, Zoologia e Comunicações.

Com a criação, em 1969, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) em São Leopoldo, o instituto, que nasceu no Colégio Anchieta em Porto Alegre, foi associado a esta universidade jesuítica, mas conservando sua identidade. Com esta aproximação diversos sócios começaram a se identificar mais com a nova instituição e seus meios de comunicação científica, o que levou à extinção sucessiva dos setores de Zoologia, de História e de Comunicações, permanecendo Botânica, que este ano está publicando o número 68 e Antropologia, com este número 72.

Pesquisas, Antropologia publicou inicialmente trabalhos etnográficos de missionários jesuítas que atuavam na Missão de Diamantino, MT e trabalhos arqueológicos do P. João Alfredo Rohr do Colegio Catarinense de Florianópolis e de Pedro Ignácio Schmitz da sede do instituto e da UNISINOS. Com o fechamento da missão em Diamnatino e o falecimento de P. Rohr o setor de Antropologia continua publicando as pesquisas da equipe de arqueoloia do Insituto e UNISINOS, intercalando-os com trabalhos de outras instituições.

O número que apresento publica dois trabalhos, ligados à história das populações Jê Meridionais, projeto que a equipe da casa, desde anos, executa no planalto de Santa Catarina. O primeiro se intitula ‘De volta à Boa Parada, lugar de casas subterrâneas, aterros-plataforma e ‘danceiro’’; o segundo ‘Santo Antonio dos Pinhos em São José do Cerrito, SC, um teste para a Boa Parada’.

Os dois trabalhos seguintes estão ligados à recuperação e complementação de pesquisas realizadas nas décadas de 1960 e 1970, cujas informações e amostras de material ficaram depositadas, sem publicar, nas instituições executoras, o Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (MARSUL) e o Instituto Anchietano de Pesquisas. O primeiro trabalho, intitulado ‘A ocupação pelos grupos ceramistas das tradições Taquara e Tupiguarani do médio vale do Rio dos Sinos e do vale do Rio Paranhana’ , de Jefferson Luciano Zuch Dias é parte de sua tese de doutorado na UNISINOS. O segundo, intitulado ‘Pesquisas pioneiras no Litoral Norte do RS (1960 e 1970) é de Natália Machado Mergen e Pedro Ignácio Schmitz.

Os outros artigos estudam restos biológicos de sítios arqueológicos, tema tradicional e muito querido no Instituto. Alejandro Acosta e Bárbara Mazza estudaram ‘Restos óseos humanos y faunísticos: su relación en el espacio mortuorio en contextos de cazadores-recolectores del humedal del Paraná inferior (Argentina)’; Claudio Ricken, Ana Lúcia Herberts, Gustavo Peretti Wagner e Luiz R. Malabarba escreveram ‘Coastal hunter-gatherers fishing from the site RS-AS-01, Arroio do Sal, Rio Grande do Sul, Brazil’ e Suliano Ferrasso, Gelson Luís Fiorentin e Pedro Ignácio Schmitz discorrem sobre como se faz ‘Identificação de remanescentes conquiliológicos de um assentamento holocênico na planície costeira do Rio Grande do Sul: contribuições sob o enfoque zooarqueológico’.

A Direção