INSTITUTO ANCHIETANO DE PESQUISAS
E SUAS PESQUISAS

O Instituto Anchietano de Pesquisas – IAP - tem sua atividade voltada a Pesquisa Acadêmica. Trata-se de uma instituição com mais de sessenta e cinco anos de existência sempre dedicada a pesquisa e ao ensino.
As pesquisas desenvolvidas pelo IAP foram pioneiras em muitos Estados Brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Bahia e Mato Grosso do Sul. Graças ao seu trabalho, muitos capítulos da arqueologia brasileira foram escritos.
A Pesquisa produzida no IAP tem sido divulgada em suas publicações e em vários eventos científicos tanto no Brasil como no Exterior. Esta produção atesta a preocupação de sua equipe com a preservação do patrimônio Arqueológico e com a divulgação do conhecimento produzido.

Comunicar o Sentido do Sagrado: Arte Sacra, cultura missioneira e paramentos liturgicos como documentos históricos.
2021-2023
A Associação Antônio Viera (ASAV) assumiu a função essencial e estratégica de preservar a memória e a história dos jesuitas na América Latina. Para tanto, tem procurado reunir, organizar e socializar diferentes acervos - artísticos, bibliográficos, documentais e arqueológicos, fruto do trabalho de padres, irmãos e colaboradores, ao longo de sua trajetória.
A Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), como entidade mantida pela ASAV, tem buscado cumprir sua parte nessa missão através da ação do Memorial Jesuíta - MJ - e do Instituto Anchietano de Pesquisas - IAP -, uma vez essas instituições possuem uma expressiva coleção de objetos sacros antigos que remontam aos séculos XVII, XVIII e XIX, acervo composto por missais, objetos litúrgicos, paramentos sacerdotais e de culto, além de um conjunto de imagens escultóricas em madeira originárias das reduções da Província Jesuítica do Paraguai, acervo esse, que conta parte da atuação dos Jesuítas junto aos povos originários.
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Memória sacra da missão e província jesuítica no sul do Brasil
2019 - Atual
O projeto propõe valorizar o acervo religioso representativo da atividade dos missionários jesuítas entre os imigrantes alemães e os índios guaranis, que foi resgatado pelo Instituto Anchietano de Pesquisas e depositado no Espaço de Memória Sacra, no andar térreo da biblioteca da Unisinos. A maior parte do acervo se originou de objetos provenientes de seminários, de colégios, de igrejas e residências de jesuítas, que nas colônias germânicas católicas e cidades locais, criaram as necessárias estruturas religiosas, na feição do culto anterior à reforma do Concilio Vaticano II (1964). Entre outros objetos de culto estão um altar, datado de 1921, do antigo seminário de São Leopoldo, numerosas imagens de santos em gesso e madeira, centenas de vestes litúrgicas, centenas também de livros ligados à celebração eucarística e outros ritos, cálices, âmbulas, ostensórios, relicários, cruzes, turíbulo e naveta, sinos e móveis variados. No acervo estão também doze esculturas missioneiras, em madeira, restauradas na década de 2000. Na reunião dos objetos houve a preocupação de salvar o material; agora, num primeiro movimento, ele precisa ser identificado e classificado para, num segundo movimento, ser colocado em seu contexto religioso, histórico e social para o que existe bastante bibliografia na biblioteca do Instituto e vivência entre seus pesquisadores. A proposta do projeto compreende ao menos três atividades, entre si complementares: ordenação, classificação e guarda; pesquisa histórica, estrutural e contextual; valorização através de extroversão para apropriação presencial, impressa e eletrônica. E compromete pesquisadores, funcionários, bolsistas e estagiários.

A ocupação indígena no nordeste do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina, Brasil.
2018 - Atual
O nordeste do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina foram ocupados durante os séculos passados por populações indígenas de diferentes etnias e culturas, cada uma aproveitando um ambiente e um espaço específicos dentro deste território geralmente sem conflito, por corresponderem a cronologias diferentes. O objetivo da pesquisa consiste em traçar a ocupação do território através da bibliografia arqueológica existente. Isto compreende o estudo do ambiente em sua diversidade, a caracterização cultural e cronologia de cada um dos grupos e sua correspondente instalação no espaço físico. Os conceitos básicos envolvem padrão e sistema de assentamento: a aldeia, a casa, a tecnologia, alimentação, ritual, mobilidade, relação com outros grupos e cronologia dos assentamentos. Os grupos arqueológicos reconhecidos para a área de estudo estão representados por caçadores e coletores, que ocuparam preferencialmente a encosta florestada do planalto, a partir de 10.000 anos A.P.; pescadores e coletores de moluscos sambaquianos, adaptados ao litoral e planície costeira, a partir de 3.600 anos A.P., caçadores e horticultores do planalto e litoral, relacionados aos Jê Meridionais, a partir de 800 anos A.P. e horticultores Guarani, a parir de 500 anos A.P. A apropriação dos dados necessários será feita através de pesquisa bibliográfica e, quando necessário, estudo de coleções arqueológicas de diferentes acervos, além de bibliografia referente a informações geoambientais, relativamente abundante para a região. A relevância do projeto está em mostrar como as culturas indígenas pré-coloniais diferem-se entre si na apropriação do ambiente, em suas formas de assentamento e captação e produção de recursos econômicos, na sua tecnologia de produção de bens materiais, nas suas cosmologias e nas suas características biológicas.

Estâncias jesuíticas: a grande estância de Yapeyú.
2018 - Atual
As estâncias de criação de gado foram elementos fundamentais na economia missioneira e principal fonte alimentar dos indígenas Guarani reunidos nas reduções a partir de 1609. Durante algumas décadas o abastecimento de carne era feito na Vacaria do Mar, onde cada redução, anualmente, buscava milhares de reses para seu abastecimento. A partir de 1705, foi criada uma espécie de cooperativa de gado no planalto (Vacaria dos Pinhais), junto aos formadores do Rio Uruguai, cujo produto, entretanto, não chegou a ser usufruído pois as populações lusas do litoral se apropriaram deste gado. Como solução a esse problema, em 1731 foi criado um sistema de estâncias para cada redução, sendo duas delas maiores, Yapeyú e São Miguel, cada uma com 200.000 reses como reserva para atender emergências. Nelas o gado era dividido em postos de manejo, cada estância com 15 a 20 dessas unidades, atendidas, por turno, por indígenas Guarani. Esses postos possuíam estruturas construídas em cantaria (alvenaria de pedra), tais como casa de administração, currais, potreiros, arranchamento dos índios entre outras, cujos remanescentes ainda podem ser encontrados na área coberta pelas estâncias. Tais remanescentes, relacionados à estância da redução de Yapeyú e que compreende hoje parte do território do atual município gaúcho de Uruguaiana, constituem o objeto desse projeto de pesquisa, envolvendo tanto o levantamento arqueológico in situ das estruturas remanescentes quanto o levantamento e estudo da documentação primária e secundária sobre as estâncias missioneiras, sobretudo a da grande estância de Yapeyú. O enfoque é interdisciplinar, abrangendo assim os aspectos arqueológicos, arquitetônicos, ambientais e históricos que integram o contexto de estabelecimento e funcionamento dos postos da estância. A relevância dessa pesquisa reside tanto em abordar uma temática pouco estudada no contexto do estabelecimento das missões jesuíticas nos séculos XVII e XVIII na bacia do rio Uruguai, bem como no aporte de conhecimentos para a compreensão do sistema de abastecimento das missões e para a formação da sociedade platina.

Sítios da Tradição Cerâmica Tupiguarani no Noroeste do Rio Grande do Sul
2015 - Atual
O projeto trabalha duas áreas: o vale do rio dos Sinos e a planície litorânea central e setentrional. Ele deseja produzir um panorama da ocupação através da reunião e reexame de dados publicados e da análise de coleções inéditas, feitas nas primeiras etapas da pesquisa. Estas coleções, anteriores à mecanização da agricultura, reúnem numeroso material bastante conservado.Este é um projeto-pai com duração prevista de 6 anos.

História do Povoamento Jê Meridional no Planalto de Santa Catarina
2012 - Atual
O objetivo é fazer a história do povoamento da região, usando o município de São José do Cerrito para mostrar as etapas em que as estruturas materiais e sociais apareceram e as formas que elas assumiram na sucessão do tempo. Muitos dados foram conseguidos nas etapas anteriores da pesquisa, mas para completar o quadro será preciso novo trabalho, que aqui se propõe. Como o Jê Meridional do planalto depende do pinhão para seu sustento, a expansão do pinheiro dos vales enfurnados para a borda do planalto e depois por cima dos campos altos servirá de suporte para se entender o desenvolvimento e expansão da cultura. A meta é completar o trabalho começado na Boa Parada e no Rincão dos Albinos, voltando à Boa Parada para escavação de estruturas que faltam no quadro construído em anos anteriores e, com isso, completar a história do povoamento: uma ?casa subterrânea? cujo centro aprofundado tem 20 m de diâmetro e 7 m de profundidade; dois grandes aterros e ?casas subterrâneas? de seu entorno imediato. O indicador é a publicação para a comunidade científica e a divulgação midiática e presencial para a comunidade local e regional..

A Ocupação Jê Meridional no Sul do Brasil
2012 - Atual
A pesquisa, de caráter arqueológico, estuda a formação da cultura dos povoadores indígenas reconhecidos como Jê Meridionais, hoje representados por 26.000 Kaingang e Xokleng, desde a saída de seus ancestrais dos cerrados do Brasil Central, uns 3.000 anos atrás, sua adaptação ao frio Planalto das Araucárias até sua completa dominação, inclusive a extinção de parcelas frente à competição de outros grupos. O enfoque usado é ?etnogênese?, ?sistema de assentamento?, ?adaptação ambiental?. A pesquisa procura preencher espaços vazios na história da formação cultural do grupo e produzir uma síntese ampla, compreensível para os atuais moradores do planalto, para os índios Kaingang e Xokleng, para a Ciência que estuda a formação e transformação das culturas humanas, para os promotores de turismo rural de todo o planalto meridional..

Populações pré-coloniais no litoral atlântico do Rio Grande do Sul - O Sítio Interlagos
2011 - 2013
O projeto tem por objetivo estudar um sítio de caçadores indígenas do sexto século de nossa era, localizado na planície costeira do Rio Grande do Sul, representativo da tradição cultural Vieira, nome pelo qual estes caçadores foram identificados no município de Rio Grande. Trata-se de um assentamento importante para compreender o modo de vida da tradição e, de fato, representa seu assentamento mais setentrional. A população da tradição Vieira vivia ao longo das lagoas costeiras da metade meridional do Rio Grande do Sul e da parte setentrional da República Oriental do Uruguay e é considerada como a pré-história dos índios Minuanos. Seu abastecimento se caracterizava pela apropriação generalizada dos recursos alimentares da região, originários da água e da terra firme, que os antropólogos denominam ?forrageio?. O assentamento a partir do qual se realizava esta ação chegava a formar um montículo com certa estabilidade e visibilidade. O sítio foi escavado, em 1985, por Jussara Louzada Becker, que entregou o material ao Instituto Anchietano de Pesquisas. A proposta atual é concluir o trabalho feito na etapa anterior o que deverá ser feito no prazo de um ano..

O abastecimento de quem não tem cultivos no Brasil Meridonal
2009 - 2011
O projeto tem como objetivo refletir sobre a variedade dos elementos animais, vegetais e minerais usados na alimentação, o ambiente no qual foram buscados, a forma de apanhá-los, a tecnologia dos instrumentos usados, as transformações a que os materiais foram submetidos, o modo como foram abandonados, o grupo humano a que pertenceram e a correspondente cronologia. Estes elementos costumam ser tratados independentemente nos sítios e por sítios, sendo necessário agrupá-los para entender o sistema no qual estão inseridos local e regionalmente.

Complexidade social no planalto catarinense. O Rincão dos Albinos.
2009 - 2011
Em termos científicos: O estudo deste sítio é fundamental para avançar no conhecimento da ocupação do Planalto Meridional, verificar sua complexidade social, um dos fortes temas da arqueologia brasileira atual. Esta temática está ligada à história e constituição material e social das populações Jê Meridionais, que têm como representantes atuais os índios Kaingang e Xokleng. O estudo de uma população pretérita razoavelmente identificada, que tem muitos milhares de sobreviventes vivos, está dentro das recentes tendências da Arqueologia mundial. Em termos de patrimônio e sua apropriação pelos moradores atuais: Em toda a área se está oferecendo educação patrimonial, falando da história dos Jê Meridionais, especialmente dos Xokleng, que aí foram miseravelmente caçados pelos ?bugreiros? no fim do século XIX e começo do século XX. O município, em que se encontra o sítio, está solicitando, e disposto a custear, um livro sobre este seu patrimônio, destinado às escolas e ao povo em geral. Uma correta avaliação do sítio do Rincão dos Albinos é fundamental para contar uma história mais coerente dessa população, geralmente apresentada como de selvagens ferozes porque reagiram à colonização européia que se instalou no centro de seu território. Em termos de multiculturalismo e multivocalidade: os povos originários terão acesso ao conhecimento de grupos antecessores que habitaram o planalto meridional, possibilitando a resignificação cultural e a releitura de sua história..

O Planalto de Santa Catarina: contribuição para a história do Jê Meridional
2008 - 2012
O objeto de estudo é a história das populações Jê Meridionais, hoje representadas pelos índios Kaingang e Xokleng. Os lingüistas afirmam que seus antepassados remotos teriam vindo das savanas tropicais do Brasil Central, a partir de 3.000 anos atrás e se estabelecido no ambiente subtropical do Sul do Brasil, em data que afirmam desconhecer (Urban, 1992). Aqui se teriam dividido em duas línguas: a mais antiga, ou arcaica, seria a dos Xokleng, estabelecidos no Leste e a mais nova a dos Kaingang, estabelecidos no Centro e Oeste do Planalto Meridional (Wiesemann, 1978). Desde a década de 1990 pesquisadores ligados ao Instituto Anchietano de Pesquisas estudam sua história recente (séculos XIX e XX), apoiados em documentação escrita (Basile Becker & Laroque, 1999; Laroque 2000, 2006); e sua história antiga, através de trabalho arqueológico (Schmitz, 1999-2000; Schmitz, 2007; Schmitz et al., 1999; Schmitz et al. 2002; Schmitz & Rogge, 2004; Beber, 2005; Dias, 2005, Corteletti, 2006, para citar os mais relevantes). Essa história pode retroceder até dois ou três mil anos antes de Cristo e dela nos interessa estabelecer a constituição da cultura no novo hábitat, mantendo língua, estruturas sociais e míticas, mas adaptando o estabelecimento, a subsistência, a tecnologia ao novo ambiente e às novas vizinhanças..

ARQUEOLOGIA NO PLANALTO E NO LITORAL em busca da história do Jê Meridional
2008 - 2011
O projeto se propõe aperfeiçoar o conhecimento existente sobre o sistema de assentamento dos antepassados dos índios Kaingang e Xokleng e reunir mais dados para entender o processo de formação ou constituição dessa cultura. Para isto foi escolhida uma área, no planalto de Santa Catarina, onde se registrou considerável densidade de sítios com grandes ?casas subterrâneas?, que podem ser indícios de ocupações mais repetidas, maior número de pessoas, ou certa hierarquia na população ou entre os grupos. Esta área também está próxima do local em que observamos clara ligação entre sítios de pontas de projétil da tradição Umbu e ?casas subterrâneas? sem cerâmica, e de aparente ligação de sítios com pontas com populações Xokleng do século XIX. A expectativa é que o fenômeno registrado nesses locais se repita na área escolhida e possa, então, ser mais bem controlado e caracterizado. - Para entender melhor a expansão do grupo em direção ao mar, foi escolhida uma segunda área, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, onde se conhecem diversos sítios com cerâmica da tradição Taquara em meio a sambaquis verdadeiros, aldeias e acampamentos de grupos ceramistas Tupiguarani; e se observaram claros vestígios de relações entre os grupos presentes, que podem ajudar a entender a constituição original da cultura local das populações Jê Meridionais, através de contatos com populações que as precederam. ? Nas áreas escolhidas será feito levantamento sistemático em espaços delimitados, seguido de cortes estratigráficos e escavações. As amostras recolhidas serão analisadas, sítios serão datados e os relatórios publicados..

Abrigos Funerários no Planalto do Rio Grande do Sul
2008 - 2010
A proposta faz parte de pesquisas arqueológicas no Planalto Meridional e no litoral correspondente, ligadas à caracterização do assentamento e do modo de vida de populações atribuídas ao tronco lingüístico Jê e ao processo de constituição local dessa cultura..

O Planalto de Santa Catarina: contribuição para a história do Jê Meridional - Casas Subterrâneas em São José do Cerrito, SC.
2008 - Atual
O projeto atual propõe-se ampliar os estudos de casas subterrâneas, incluindo uma área na qual elas são extraordinariamente grandes, numerosas e reunidas..

Variação regional no assentamento atribuído a populações Jê do Sul do Brasil
2007 - 2011
O objetivo do projeto é avançar na compreensão do sistema de assentamento arqueológico em áreas do Sul do Brasil atribuídas a populações Jê..

A ocupação pré-histórica do litoral meridional
2007 - 2009
O objetivo do projeto é estudar a variedade de sítios arqueológicos no litoral do Estado para compreender as correspondentes formas de assentamento e exploração dos recursos locais pelas populações indígenas do Estado..

Análise Fitogeográfica das Fanerógamas no Rio Grande do Sul: I - Amaranthaceae
2005 - 2007
A definição da abrangência fitogeográfica das espécies talvez seja um dos aspectos mais dinâmicos na Botânica. Especialmente nos tempos atuais, quando a paisagem se modifica em grandes extensões, este conhecimento é impresecindível para viabilizar medidas de conservação da biodiversidade. O Herbário Anchieta possui um dos melhores acervos de plantas do Sul do Brasil, que abrange não somente todo território riograndense, como também registra a distribuição de espécies em habitats originais, em grande parte alterados atualmente. A possibilidade de cruzar os dados existentes na coleção com diferentes mapas temáticos, através de recursos da informática, se apresenta como uma atrativa área de estudo para botânicos e outros profissionais interessados na conservação dos recursos naturais de nosso Estado. O presente projeto representa o início de um extenso trabalho, que pretende abranger toda coleção do Herbário Anchieta e demais herbários do Rio Grande do Sul com coleções relevantes..

Arqueologia no Planalto Catarinense: Taió
2005 - 2007
Atividades realizadas em 2007: em janeiro foi parcialmente escavado um acampamento com pontas de projétil, no qual dois lugares de fogueiras foram datados, cada um em mais de 4.100 anos A.P. Foram feitas estendidas escavações em um sítio com 13 casas subterrâneas, com pontas de projétil, das quais casas duas foram datadas em mais de 1.200 anos A.P.; uma outra tinha sido datada anteriormente em 650 anos A.P.. Em julho foi feita uma pequena escavação num outro sítio de acampamento com pontas de projétil, cuja data é de 8.000 anos A.P. No trabalho de campo tiveram participação os pesquisadores: Pedro Ignácio Schmitz, Marcos Vinicius Beber, André Osorio Rosa, Jairo Henrique Rogge, Fúlvio Vinicius Arnt; o bolsista de mestrado Marlon Pestana e os bolsistas de iniciação científica Camila Sandrin, Juliana Soares e Mateus Selli. Todos os materiais foram analisados. Uma comunicação abrangente foi apresentada no Congresso Internacional da Sociedade de Arqueologia Brasileira, Florianópolis, setembro/outubro de 2007 e foi publicada nos respectivos Anais, em CD. O relatório final do projeto está sendo preparado para publicação em Pesquisas, Antropologia, no segundo semestre de 2008. O projeto teve excelentes resultados e foi bem concluído..

Sítios de caçadores da tradição Umbu nos primeiros milênios de nossa era, na encosta do Planalto Meridional
2005 - 2007
A formação da cultura do Jê Meridional (Kaingang e Xokleng), ceramistas com produção de alimentos, é um tema importante em termos teóricos e sócio-políticos, porque estas populações estão cada vez mais conscientes e expansivas. Os Jê Meridionais são considerados arcaicos do ponto de vista de sua estrutura e língua, sugerindo um desprendimento antigo de seu núcleo de origem; sua instalação e tecnologia é bastante diferente dos demais grupos Jê: um dos grupos (Kaingang) construía casas com pisos rebaixados no planalto dos pinheirais (as célebres "casas subterrâneas") , o outro (Xokleng) usava pontas de projetil em pedra e se adaptou na densa Mata Atlântica; nenhum desses elementos é encontrado na sua área de origem. Também se trata de conhecer o destino dos outros caçadores indígenas da área que usavam pontas de projétil de pedra..

Sistemas de assentamento pré-colonial no litoral e planalto do sul do Brasil
2004 - 2006
O objetivo geral do projeto é criar modelos para o sistema de assentamento dos diversos grupos humanos que se deixam perceber nos restos que deixaram e que ficaram preservados. Estes modelos abrangem os assentamentos individuais com suas características, materiais e diferenças; os agrupamentos de sítios, sua cronologia, associação, substituição e deslocamento espacial. Para cada uma das três áreas já existem modelos iniciais do assentamento e hipóteses do que estes assentamentos representam: Içara é o sítio mais isolado e mais provocativo, Quintão, apesar de já haver muito trabalho, ainda é bastante obscuro; Vacaria/São Marcos é o mais avançado, mas ainda assim parcial. As novas pesquisas deverão servir tanto para testar os modelos, como ampliar os dados e tornar as formulações mais explícitas e complexas. A meta é conseguir a resposta para cada uma das áreas, com o que se terá uma solução para a questão geral. Os resultados serão divulgados em artigos, comunicações em congressos, dissertações, teses e livros (ver adiante)..

Casas subterrâneas em São Marcos, RS
2003 - 2007
No ano de 2007 foram visitados mais alguns sítios e foi realizada a análise de abundante material recolhido por um dos moradores. Este material foi depositado no Museu Paroquial de São Marcos. Durante o ano foi concluída a análise de todo o material recuperado no projeto e se começou a redação e ilustração do relatório final a ser publicado em Pesquisas, Antropologia, no segundo semestre de 2008. O projeto teve excelentes resultados e foi bem concluído..

Formas pré-coloniais de estabelecimento e economia no litoral do Rio Grande do Sul
2003 - 2006
O programa Populações que se abastecem de recursos aquáticos abrange o litoral meridional do Brasil desde 1985 e o Pantanal do Mato Grosso do Sul desde 1990. No litoral meridional foram feitas pesquisas primeiro em Santa Catarina, depois no litoral central do Rio Grande do Sul. Agora o projeto se estende para o litoral meridional, onde retoma trabalhos da década de 1970, especialmente os que deram origem à tese de livre-docência do proponente. O objetivo do projeto é compreender as formas de estabelecimento e economia das diversas populações pré-coloniais que aí se fixaram ou por aí transitaram. Em especial, neste projeto, interessa a apropriação dos recursos naturais disponíveis nas lagoas do litoral meridional. A comparação com as populações pré-coloniais do Pantanal do Mato Grosso do Sul mostra como grupos indígenas souberam criar sistemas econômicos e sociais para aproveitamento dos recursos disponíveis estacionalmente, ora deslocando-se pela água entre sítios centrais mais permanentes e outros estacionais complementares (no Pantanal), ora movimentando-se entre a terra firme onde encontrariam caça e as lagoas onde havia muitos peixes e crustáceos. (no litoral) O projeto está ligado, basicamente, à criação da memória da Nação e das regiões que abrange..

Arqueologia da Paisagem: estudo das paisagens na pré-história brasileira
2003 - 2005
O projeto integra as pesquisas desenvolvidas no Instituto Anchietano de Pesquisas e objetiva o estudo da formação e da evolução das paisagens tropicais, as quais constituem o meio circundante dos sítios arqueológicos. O estudo visa a reconstituição do ambiente na pré-história, buscando estabelecer as inter-relações entre o homem e os ambientes por ele ocupados e as suas respectivas formas de organização no tempo e no espaço, durante o Holoceno (10 mil anos até o atual).O caráter interdisciplinar do projeto, constitui uma proposta de pesquisa ímpar no Brasil, abrangendo importantes áreas do conhecimento como a geografia, a arqueologia e a antropologia. Esta pesquisa vem sendo realizada no Instituto Anchietano de Pesquisas desde 1991, sendo reconhecida nacional e), priorizando-se o estudo da evolução da floresta de Araucária e a influência da ocupação pré-histórica internacionalmente através dos trabalhos de Bitencourt, 1992; Bitencourt e Schmitz, 1993; Bitencourt, 1998; Bitencourt et Rodet, 1998; Bitencourt, 1999; Bitencourt e Schmitz, 1999 e Bitencourt et Schmitz, 2001.A presente proposta visa dar continuidade aos trabalhos arqueológicos que vêm sendo desenvolvidos na região do Planalto do Rio Grande do Sul (Naue, Schmitz, Basilie Becker, 1968; Schmitz, Basilie Becker, 1969; Miller, 1967, 1969,1971; Ribeiro e Ribeiro 1980; 1985; Ribeiro e Silveira, 1979; Schmitz, 1987 e Schmitz e Basilie Becker, 1991), conhecida, arqueologicamente, como Tradição Taquara e, historicamente, como Kaingang e Xokleng. Estas populações possuíam o pinhão da araucária como item básico da dieta vegetal e, provavelmente, exerceram uma importante contribuição na expansão da floresta antes do período da conquista..

Estudo taxonômico e considerações fitogeográficas do gênero Pfaffia Mart. (Amaranthaceae) no Brasil
2003 - 2005
Estudos recentes com a família Amaranthaceae nas floras regionais, trouxeram importantes contribuições, principalmente pela revisão das espécies de alguns gêneros com descrições, chaves de identificação, dados ecológicos e distribuição geográfica.. Contudo, com o gênero Pfaffia ainda não foi realizada uma revisão taxonômica atualizada, nem tampouco foram levantados os aspectos fitogeograficos importantes para um melhor conhecimento da distribuição das espécies no Brasil. Alguns trabalhos com o gênero Pfaffia foram realizados, porém apresentam limitações em alguns aspectos tais como: abrangência regional, estudos morfológicos e considerações filogenéticas. Algumas espécies do gênero Pfaffia são encontradas principalmente em formações campestres como: cerrados, campos rupestres, campos limpos, campos sulinos e outras na orla de matas, beira de rios e capoeiras úmidas. O gênero Pfaffia merece destaque especial pela importância que apresenta hoje muitas de suas espécies na medicina popular e na indústria farmacêutica, destacando-se Pfaffia glomerata por esta estar sendo cultivada para fins comerciais, pela sua importância medicianal. O estudo do gênero Pfaffia permitirá dar continuidade ao processo de atualização nomenclatural contribuindo para o conhecimento da diversidade florística e o conhecimento de padrões de distribuição geográfica.. Embora cada espécie tenha sua própria e única distribuição, padrões semelhantes são comuns. Algumas destas distribuições refletem conecções e climas passados, outras indicam limites impostos pelo ambiente atual. Para realização deste trabalho utilizaremos material herborizado dos principais herbários nacionais e estrangeiros, material de coletas in situ, microscópio estereoscópio e bibliografia especializada..

Florística e Aspectos Fenológicos em Áreas Abertas da Restinga no Litoral Central do Rio Grande do Sul
2002 - 2004
A Planície Costeira do rio Grande do Sul situa-se ao longo da costa marinha, numa extensão de aproximadamente 600 km. Caracteriza-se pela formação a partir de depósitos sedimentares marinhos, lagunares, eólicos e aluvionares do período Quaternário. O estudo fenológico objetiva registrar a época e duração de eventos reprodutivos e vegetativos, como a floração, frutificação, queda foliar e brotações, podendo revelar eventuais realções existentes como o clima, e principalmente com outras espécies vegetais e animais..

Arqueologia do Planalto Meridional: os Campos de Vacaria III
2002 - 2004
O programa Arqueologia no Planalto Meridional tem por objetivo aprofundar o conhecimento das culturas de populações indígenas pré-coloniais, coloniais e imperiais, que viveram nas florestas de pinheiros do sul do Brasil.Do programa foram executados, até agora, os projetos Vacaria I, que fez o levantamento e a prospecção de uma área piloto de 25 km de diâmetro, no município de Vacaria, localizando as taperas de 20 aldeias e um jazigo funerário. Vacaria II realizou escavações em duas das aldeias e estudou o abrigo funerário, com vistas a conhecer a forma de estabelecimento da população.Vacaria III deverá continuar a escavação nas aldeias, localizar e estudar outros abrigos funerários na área piloto e, de uma forma mais geral, no planalto meridional, dentro dos objetivos gerais do programa..

Fenologia das espécies arbóreo-arbustivas em mata arenosa da restinga no Litoral Central do Rio Grande do Sul
2002 - 2004
A Planície Costeira do Rio Grande do Sul, está formada por uma faixa litorânea com cerca de 600 Km. Está formada por areias de deposição marinha, tendo sido trabalhados pela atividade eólica, pontualmente cobertos por sedimentos lacustres, sendo os mesmos relacionados aos corpos lagunares formados pelas regressões, tendo resultado um complexo de lagoas paralelas à costa (Rogge et al., 1997). Vários estudos da vegetação litorânea riograndense foram realizados, alguns enfocando aspectos da composição sistemática e processos de colonização de ambientes, composição florística, fitossociologia, porém trabalhos relacionados com a fenologia ainda são bastante escassos, principalmente para este ambiente. O presente projeto objetiva acompanhar e registrar os padrões de florescimento e frutificação e aspectos do ciclo vegetativo para as espécies arbóreo-arbustivas da restinga arenosa do litoral central, bem como avaliar as relações fenológicas com o clima da região, relacionando estes dados de floração com polinizadores nas espécies estudadas.

Projeto Quintão II
2002 - 2004
Quintão II é um projeto de pesquisa multidisciplinar, com acento em Arqueologia, e projetos paralelos e complementares sobre vegetação e fauna, numa área de cerca de 500 km2, no litoral central da Planície Costeira do estado do Rio Grande do Sul, caracterizada por um conjunto de lagoas litorâneas, cercadas por dunas, floresta de restinga, campos e banhados.O projeto teve sua primeira etapa, de pesquisa arqueológica intensiva, em 1996 e 1997, uma etapa complementar de arqueologia, vegetação e fauna em 2000 e 2001 e se propõe continuar em 2002/03 com este caráter multidisciplinar de estudo integrado, denominando esta nova etapa de Projeto Quintão II..A arqueologia estuda a utilização temporária, estacional, do ambiente costeiro por populações que têm seu assentamento permanente em outras áreas do estado. A Botânica estuda a composição (fenologia) e associação (fitosociologia) das plantas. A Zoologia se ocupa da presença e hábitos dos animais mamíferos. Embora autônomos com relação a objetivos concretos e metodologia, os resultados dos diversos estudos convergem para a compreensão da presença e atuação do Homem na região..

A dispersão territorial do índio Kaingang e sua ligação com a Tradição Taquara
2002 - 2004
O objetivo desta dissertação, é estabelecer o elo de ligação entre a tradição Taquara e o índio Kaingang. Para isso, estudaremos a dispersão e ocupação territorial do grupo Kaingang no Rio Grande do Sul. Mais especificamente, mapearemos esta dispersão e observaremos até que ponto este grupo étnico é localizado nas áreas onde anteriormente havia registros da Tradição Taquara.Ao longo da pesquisa percebem-se algumas similaridades. As duas mais marcantes são a ocupação de um mesmo espaço territorial e a estruturação do grupo em pequenos núcleos familiares formando várias aldeias, cada uma delas com o espaço geográfico bem definido através da demarcação por meio de símbolos específicos, distinguindo o território de cada um dos grupos dispersos pela região. Usaremos os dados etnográficos disponíveis e os das escavações arqueológicas. Através do estudo de sua cerâmica, de seus artefatos feitos em pedra, de seu padrão de assentamento, de sua alimentação, hábitos cotidianos, inclusive pintura corporal (ela apresenta os mesmos traços que os encontrados na decoração da cerâmica), pretendemos encontrar e destacar os elementos semelhantes e diferentes resultantes da pesquisa arqueológica e das descrições etnográficas do século XIX..

O processo de contato entre as sociedades indígena e colonial nos estados do Maranhão e Grão-Pará - 1607-1759. Mecanismos de contrução, transformação e manutenção das fronteiras étnicas.
2001 - 2005
Este projeto visa analisar a situação de contato entre os indígenas e europeus no Estado do Maranhão e Grão-Pará, durante o período de 1607 a 1759, com enfoque nos mecanismos empregados pelas sociedades nativas para manterem resistentes suas fronteiras, frente às transformações geradas pela expansão colonial, através das singularidades das relações entre ambos. Opta pela análise da situação de contato, desenvolvida entre as sociedades indígenas e a sociedade colonial, através de um conceito de história que inclua grande parte dos processos pelos quais os indivíduos experimentam, interpretam e criam mudanças dentro das ordens sociais. Os marcos temporais deste projeto situam-se entre o ano de 1607, data em que missionários jesuitas empreendem uma expedição a Serra de Ibiapaba, cujo objetivo foi estabelecer comunicações entre Pernambuco e Maranhão. Como limite final é escolhido o ano de 1759, data da expulsão da Companhia de Jesus do Estado do Maranhão e do Brasil, pelo governo Pombal.Como principais linhas teóricas estão as proposições de Jonathan Hill quanto à análise da totalidade dos processos pelos quais indivíduos vivenciam, interpretam e criam mudanças na ordem social, o que requer, conforme John Monteiro, uma ampla reinterpretação dos processos históricos que envolviam estas populações. Da mesma forma é relevante o conceito de manutenção de fronteiras desenvolvido por Fredrick Barth , Marshall Sahlins e Terence Turner..

Corumbá II, o Pantanal do Alto Paraguai, outros Pantanais e o Litoral Atlântico do Sul do Brasil
2001 - 2004
O Projeto Corumbá destina-se a criar uma história das populações indígenas do Pantanal do Mato Grosso do Sul, abrangendo o período colonial e o pré-histórico. O enfoque é ecológico, mostrando como diversas populações ajustaram seu modo de vida às condições e recursos do Pantanal, na busca da alimentação, nas formas de estabelecimento e locomoção, na organização da sociedade e como suas estruturas acompanharam as modificações do ambiente e a chegada e colonização dos europeus. Os resultados já produzidos, que se encontram num volume publicado com informações gerais e em seis dissertações de mestrado sobre grupos ou fenômenos específicos, são básicos para as populações locais como estabelecimento, para os administradores como orientação para o manejo, para as universidades como teoria sobre grupos indígenas em geral e o impacto do colonizador de modo especial. A primeira etapa do projeto (1990-1999), interessada em produzir um quadro geral da área, foi executada num convênio entre o Instituto Anchietano de Pesquisas, a UNISINOS e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. A Segunda etapa do projeto, cujo objetivo é complementar e testar o modelo produzido, será executado pelo Instituto Anchietano de Pesquisas e a UNISINOS..

Fenômenos de Fronteira: um estudo das situações de contato entre sociedades pré-históricas
2000 - 2004
O objetivo fundamental desta Tese é compreender e explicar, com base em evidências de caráter arqueológico, a forma e a natureza das situações de contato que certamente ocorreram na pré-história do Rio Grande do Sul, envolvendo três culturas arqueológicas distintas, conhecidas como tradição Tupiguarani, Taquara e Vieira, representadas principalmente pelas evidências materiais cerâmicas que deixaram, de sua presença e deste fenômeno em particular - o contato cultural - definido aqui como a interação entre grupos humanos (Cusick, 1998).A compreensão e explicação destes processos será feita através de enfoques teórico-metodológicos variados mas complementares buscando, inicialmente, a caracterização das áreas gerais de domínio e circulação de cada tradição, através do estudo de seus sistemas de assentamento e suas estratégias territoriais, da expansão destas áreas ao longo do tempo e da identificação de áreas de fronteira entre elas, onde se sobressai a ocorrência das evidências de contato e do estudo particular de algumas destas áreas, avaliando os elementos que podem mostrar mais visivelmente os processos de interação, especialmente a cerâmica.Com isto, queremos defender a tese de que os contatos culturais, em determinados momentos, ocorreram efetivamente entre as culturas arqueológicas ceramistas e que tais processos são parte fundamental das estratégias de ocupação territorial e do desenvolvimento do sistema sócio-cultural destes grupos. Todos eles buscam a interação por algum motivo, seja a expansão geográfica, a complementação da base econômica, a busca de prestígio ou outros objetivos que poderão ser identificados. Mais ainda o contato cultural, além de possuir uma natureza variada, ocorreu de formas variadas (algumas vezes e em certas áreas por meio de relações assimétricas, em outras a partir de relações simétricas e, não raro, com a ocorrência não só de fluxo de objetos e idéias, mas também de indivíduos, caracterizando um processo de caráter simbiótico)..

Arqueologia do Planalto Sul Brasileiro
2000 - 2004
O presente trabalho busca preencher uma lacuna existente na arqueologia da região sul do brasil no que tange a compreensão das estratégias de ocupação do planalto sul-brasileiro, sua cronologia e sua dinâmica. E além disto, busca uma análise comparativa dos dados existentes através de uma metodologia nova, com a utilização do geoprocessamento, aplicado à pesquisa arqueológica, ferramena que tem contribuído sobremaneira nas outras áreas de conhecimento. Por outro lado, mais do que ser um trabalho de caráter interdisciplinar, ao associar arqueologia e geoprocessamento, procura compatibilizar os dados produzidos até hoje com esta nova ferramenta de trabalho, e acima de tudo, criar uma nova forma de ver e comparar os dados mantendo sempre presente a ótica do arqueólogo, fundamental para a compreensão dos dados e avanço do conhecimento. Contribui também para este trabalho a possibilidade de criação de um novo conhecimento com um mínimo de intervenção no patrimônio arqueológico, aproveitando dados dispersos integrando-os dentro de um projeto que busca compreender como estas populações exploraram o planalto. Além disto, contribui para a criação de novas ferramentas que estão se tornando indispensáveis para gestão e preservação dos bens culturais..

Projeto Corumbá II
2000 - 2003
O Projeto Corumbá destina-se a criar uma história das populações indígenas do Pantanal do Mato Grosso do Sul, abrangendo o período colonial e o pré-histórico. O enfoque é ecológico, mostrando como diversas populações ajustaram seu modo de vida às condições e recursos do Pantanal, na busca da alimentação, nas formas de estabelecimento e locomoção, na organização da sociedade e como suas estruturas acompanharam as modificações do ambiente e a chegada e colonização dos europeus. Os resultados já produzidos, que se encontram num volume publicado com informações gerais e em seis dissertações de mestrado sobre grupos ou fenômenos específicos, são básicos para as populações locais como estabelecimento, para os administradores como orientação para o manejo, para as universidades como teoria sobre grupos indígenas em geral e o impacto do colonizador de modo especial. A primeira etapa do projeto (1990-1999), interessada em produzir um quadro geral da área, foi executada num convênio entre o Instituto Anchietano de Pesquisas, a UNISINOS e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. A Segunda etapa do projeto, cujo objetivo é complementar e testar o modelo produzido, será executado pelo Instituto Anchietano de Pesquisas e a UNISINOS..

Arqueologia do Planalto Meridional: os campos de Vacaria II
2000 - 2002
Durante os dois anos de duração do projeto foram feitos trabalhos de campo durante dosi meses, os materiais foram todos analisados, resultados parciais foram publicados e os resultados finais estão indo para o prelo em Pesquisas, Antropologia 57 (2002), aproximadamente 54 laudas de texto e 43 páginas de figuras. Foram pesquisadas duas aldeias com casas subterrâneas e um jazigo funerário com 65 indivíduos. Nas aldeias foram estudadas formas, ocupações e funções das casas, a disposição dos materiais resultantes do rebaixamento do piso, a ocupação do espaço entre as estruturas construídas (casas e montículos rituais), a cronologia, os materiais feitos em barro e em pedra. Foi feita a comparação entra duas aldeias. Do jazigo funerário foram estudados os esqueletos, observando sexo, idade, eventuais anomalias. Com isso houve um avanço considerável no conhecimento da história pré - colonial e a possibilidade de construir uma história contínua para os índios Kaingang, último grupo indígena da região a construir as suas casas com os pisos rebaixados. Apresentações em congressos e publicações em nível nacional e latino-americano deram ao tema bastante divulgação. A publicação de um artigo muito ilustrado em Ciência hoje deu ao projeto uma repercussão mais popular..

A dieta alimentar de populações indígenas pré-históricas do litoral meridional do Brasil
2000 - 2002
O Projeto está fechando o programa Povoamento Pré-histórico do Litoral Meridional do Brasil, começado em 1985. Propõe estudar amostras de alimentação recolhidos nos projetos Içara I e II, SC e Quintão, RS, escavações realizadas de 1992 a 1998 com o fim de entender como variadas populações, através dos últimos milênios, se estabeleceram no litoral ou acamparam junto dele para se apropriar de seus variados recursos. O enfoque geral é padrão-de-assentamento e territorialidade e o específico é a representatividade dos recursos locais e regionais na alimentação dos diversos grupos estudados. Para isso os animais e vegetais são determinados e quantificados e os resultados comparados. Esse tipo de trabalho já possui longa tradição no Instituto Anchietano de Pesquisas/Unisinos..

Mitologia, poder e arte na sociedade Maia: os governantes de Tikal, no período clássico
2000 - 2002
Sempre chamou nossa atenção, o fato da maioria dos governantes Maias, do período Clássico (200-900 d.C.), ter necessidade de comprovar a legitimidade de seus governos. Por que razão isso ocorria, se o poder passava de pai para filho? Encontramos uma explicação satisfatória, na teoria dos "Estados teatrais" (theater states), de Arthur Demarest (1992). Teoria essa que propõe que as cidades Maias, ao longo do Clássico, estavam divididas em "Capitais" e "cidades satélites", estando as últimas sob o domínio das primeiras. Como os governantes das cidades satélites entendiam que tinham habilidades semelhantes às dos senhores das Capitais, muitas vezes envolviam-se em combates com as Capitais, visando escapar do seu julgo, garantindo maior autonomia e prestígio, para então poder expandir política e economicamente, as suas cidades. Dessa forma, tanto os governantes das Capitais quanto os das cidades satélites, dependiam das alianças com outras cidades (e Capitais), para manter a supremacia numa região. Sendo os Maias, uma sociedade do homo religiosus, uma das estratégias das classes dirigentes, para conquistar a confiança das massas, foi apelar para a mitologia. Mas não bastavam as encenações rituais, era preciso deixar registros permanentes; o que foi feito através da arte e da arquitetura. Porém, como a escrita celeste era o contato entre deuses e homens, tornou-se imprescindível conhecer os fenômenos astronômicos, que por sua vez atuavam como demarcadores do espaço, direcionando as construções em ângulos favoráveis à classe dirigente..

Misiones jesuiticas en el siglo XVIII
2000 - 2002
As gestões para o estabelecimento de um Colégio da Companhía de Jesus na cidade de Corrientes, Argentina, começaram em 1595, porém sua efetiva instalação concretizou-se recém em 1691. A fundação oficializou-se após longos e confusos trâmites, por ordem do Pe. Tirso Gonzalez, de 1º de março de 1690.Inserido num contexto de fins do séc. XVII quando já tinha sido consolidado outra das experiências jesuíticas no território sob a jurisdição da cidade de Corrientes, como eram os povoados das missões, o Colégio será afetado pela presença de interesses opostos. As muitas necessidades de gado, terras e mão de obra, haviam alterado as relações entre colonos e jesuítas.As Cartas Anuas, do séc. XVIII inéditas, foram os documentos básicos utilizados para seguir a evolução do Colégio. Elas refletiram os efeitos das situações que dificultaram o desenvolvimento das tarefas próprias daquele, como a revolta dos "comuneros", e as derivadas do tratado de Madri..

Fisionomia e florística da vegetação de restinga na área da pesquisa arqueológica do litoral central do Rio Grande do Sul
1999 - 2001
Descrição da fisionomia e estrutura das principais formações da restinga arenosa desta parte do litoral riograndense; coleta e identificação de material botânico e de dados relativos à fenologia; associação de informações da botânica às pesquisas arqueológicas ocorrentes na mesma região; ampliação das discussões sobre a relação homem-ambiente..

Estudo da paisagem e da flora em Vacaria, em área de pesquisa arqueológica
1999 - 2001
Um estudo da estrutura fitossociológica e da regeneração natural de espécies arbóreas foi realizado num fragmento de floresta ombrófila mista, no município de Vacaria, Rio Grande do Sul. Foi selecionado um fragmento florestal sujeito à perturbações de origem antrópica, principalmente a ação do gado, o que representa a situação de grande parte da cobertura florestal da região. Na análise fitossociológica foi empregado o método das parcelas amostrais, distribuídas no interior do fragmento florestal. Foram estimados os parâmetros fitossociológicos convencionais de densidade, freqüência e dominância, em valores absolutos e relativos, e índice de valor de importância, para os estratos arbóreo (DAP 10cm), das arvoretas (DAP<10cm e altura 2m) e arbustivo (altura 0,5m e <2m). Estimou-se a regeneração natural nos três estratos inferiores (plântulas, arbustivo e arvoretas). No estrato das plântulas (altura<0,5m), foi registrada a densidade de espécies em três momentos do ano. Como resultado geral, Lauraceae e Myrtaceae apresentaram os maiores índices de valor de importância e de regeneração. Nectandra megapotamica Mez. foi a espécie dominante no estrato arbóreo, com 34,81% do IVI. No estrato arbustivo, Eugenia uniflora L. e Eugenia uruguayensis Camb. apresentaram os maiores IVI's. As taxas de regeneração no estrato das plântulas apresentaram valor positivo no período verão-outono e negativo no período outono-primavera. O inverno marcou uma redução no banco de plântulas, o que foi atribuído à ação do pisoteio/pastejo do gado. Todas espécies registradas no estrato das plântulas têm matrizes no próprio fragmento, seja no interior ou na borda da floresta. A composição do fragmento florestal difere das descrições para floresta ombrófila mista madura, faltando as espécies típicas de estádios mais desenvolvidos. Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, com porte arbóreo, é rara no interior da floresta. Pelo que se constatou no presente estudo, as perturbações de origem antrópica v.

Arte rupestre em Serranópolis, Caiapônia e Palestina de Goiás: reflexões iniciais para um esboço de identidade cultural nas áreas de cerrados do Brasil Central
1999 - 2001
Este trabalho busca estabelecer uma análise comparativa entre a arte rupestre encontrada nos municípios de Serranópolis, Caiapônia e Palestina de Goiás, na região sudoeste do estado de Goiás, com vistas a elaborar um esboço inicial de identidades locais no período pré-colonial.Para tanto, foram realizadas pesquisas de campo e bibliográficas, bem como a análise detalhada dos registros rupestres em cada área e em outras áreas arqueológicas do Brasil e do Mundo.As identidades foram estudadas a partir de um enfoque sócio-ambiental, buscando estabelecer ou identificar conexões entre o Sistema Biogeográfico do Cerrado e a formação de culturas a ele intimamente ligadas. Neste contexto foi possível traçar um quadro geral das ocupações humanas pré-coloniais a partir das expressões iconográficas, com base nos estudos prévios realizados na região pelas equipes dos arqueólogos Pedro Ignácio Schmitz e Altair Sales Barbosa..

Escavações arqueológicas em Serranópolis, GO
1998 - 2000
O projeto Serranópolis apresenta três aspectos absolutamente relevantes em termos de ciência: 1. Por primeira vez faz um estudo de como os abrigos rochosos de uma região são ocupados durante quase onze mil anos por uma população que vive de caça e da coleta e depois por duas populações que, além da caça e da coleta, se apoiam no cultivo de plantas tropicais. 2. Se descrevem, com minúcia, os artefatos líticos, ósseos e conchíferos e os animais e plantas usados na alimentação e sua mudança através dos milênios. 3. Se estuda o ambiente e suas modificações durante este tempo. Como Serranópolis é o principal e mais denso núcleo de povoamento do Brasil Central, os resultados estão sendo esperados desde muito tempo. O trabalho também tem um impacto regional porque funcionários e pesquisadores dos museus locais (Serranópolis e Jataí) e da UCG participaram das últimas escavações realizadas (1999) e se vêem nos resultados..

O gênero Froelichia moench. (AMARANTHACEAE) no Brasil
1998 - 2000
A família Amaranthaceae A..L.Jussieu predominantemente tropical e subtropical, possuí 69 gêneros e aproximadamente 1000 espécies. No Brasil esta representada por 16 gêneros com cerca de 100 espécies. O gênero Froelichia Moench. foi selecionado para nossos estudos, por necessitar de uma revisão taxonômica, associado ao fato de que muitas espécies deste gênero ocorrem em alguns ecossistemas que vêm sofrendo constantes alterações. Após a revisão com análise criteriosa do material typus, confirmamos a ocorrência de 05 espécies para o Brasil, a saber: Froelichia interrupta (L.) Moq. , Froelichia lanata (H.B.K) Moq., Froelichia procera (Seub.) Pedersen, Froelichia sericea Moq. e Froelichia tomentosa (Mart.) Moq.. Analisando as procedências geográficas das espécies de Froelichia observamos que as mesmas se situam dentro de escalas amplas a restritas na América Tropical, sendo possível estabelecer padrões de distribuição geográfica. Estes foram assim definidos: 1) padrão amplo interamericano (com as espécies Froelichia interrupta e Froelichia tomentosa); 2) padrão amplo sulamericano ( com Froelichia procera); 3) padrão amplo no Brasil (com Froelichia lanata) e 4) padrão restrito a região norte (com Froelichia sericea)..

Lideranças Kaingáng no Brasil Meridional (1808-1889): uma história que também merece ser contada
1998 - 2000
Estuda o papel desempenhado pelas lideranças kaingáng no Brasil Meridional frente aos mecanismosutilizados pelo Governo Colonial e depois Imperial, efetivados principalmente através da abertura de estradas, da imigração alemã e italiana, da catequese jesuítica e capuchinha, dos aldeamentos e das Companhias de Pedestres, que visavam tomar os territórios indígenas..

Missões jesuíticas entre os Toba: as razões do fracasso - dissertação de mestrado
1998 - 2000
A dissertação se ocupa da curta duração das missões jesuíticas realizadas no Chaco, mais especificamente aquelas empreendidasjunto aos Toba..

Escavações arqueológicas em Içara, SC - II parte
1998 - 1999
Arqueologia do Planalto Meridional: os campos de Vacaria, RS, Brasil
1998 - 1999
Ao mesmo tempo em que se trata de uma pesquisa básica que irá preencher uma lacuna no conhecimento arqueológico dessa região do planalto sul-riograndense, já que praticamente não foram realizadas explorações arqueológicas na área contemplada pelo projeto, temos a possibilidade de comparar os dados que serão obtidos com outras áreas do planalto onde a pesquisa foi mais intensa, como nos municípios de Bom Jesus, Caxias do Sul, e ao longo do vale do Rio Pelotas e Alto Uruguai, além de responder problemas específicos não resolvidas por estas pesquisas anteriores, incrementando assim significativa porção do conhecimento arqueológico sobre o povoamento do Rio Grande do Sul, especialmente realcionado ao período pré-colonial..

Casa Velha - convívio de arte - movimentação artística e cultural em Novo Hamburgo - dissertação de mestrado
1997 - 1998
O objetivo foi radicar o artista em seu local de origem, sem que necessitasse sair para os grandes centros e levar a Arte e a Cultura para todos..

Acampamentos de populações pré-coloniais no litoral central do Rio Grande do Sul
1996 - 2000
Este projeto visa determinar a forma de vida das lagoas litorâneas do Rio Grande do Sul, a funcionalidade dos sítios, a sucessão das ocupações e os contatos entre os grupos ali existentes..

Estudo dos vestígios biológicos recuperados nos sítios arqueológicos de Palmares do Sul, RS
1996 - 1999
Dentro do enfoque ecológico proposto neste projeto, os restos biológicos se constituem em elementos importantes, no sentido de se compreender a dinâmica de ocupação da área, em tempos pré-coloniais, dentro do contexto ambiental da época..

O estudo da cultura material: a cerâmica e o lítico dos sítios arqueológicos de Balneário Quintão, RS.
1996 - 1998
O litoral central do RGS foi muito pouco explorado até agora. Especificamente, o que este projeto se propõe a estudar são os aspectos realcionados a uma parte da cultura material: vestígios cerâmicos e líticos..

Estudo taxonômico do gêneros Rhamnidium reissek, Discaria kooker e Colletia commerson ex jussieu (Rhamnaceae) no Rio Grande do Sul
1996 - 1998
A Família Rhamnaceae Rob. Brown conta aproximadamente 58 gêneros e 900 espécies distribuídas nas regiões temperadas, subtropicais e tropicais do mundo. No Brasil ocorrem 14 gêneros, entre nativos e cultivados. No RGS encontramos 9 gêneros e 11 espécies que podem ser desde árvores, arbustos, subarbustos até lianas..

Padrões de distribuição geográfica das espécies de Angiospermas endêmicas no Estado do Rio Grande do Sul
1996 - 1998
Com base nas informações existentes nas fichas de coletas, é possível ter uma visão parcial da riqueza de habitats onde ocorrem as espécies endêmicas do Rio Grande do Sul. Estas podem ser incluídas em dois grandes grupos ecossistêmicos, um de fisionomia campestre e outro de fisionomia florestal. Analisando a distribuição geográfica das espécies endêmicas, observamos que estas espécies apresentam um padrão regional-restrito e um regional-amplo. As regiões que apresentaram um maior número de espécies endêmicas do Rio Grande do Sul foram a Depressão central e Campos de Cima da Serra. Na primeira predominam as espécies com distribuição geográfica mais amplas e a segunda as mais restritas. A razão de termos um número elevado de espécies endêmicas numa região e baixo em outras está relacionada com alguns fatores como riqueza de habitats nos respectivos ecossistemas; a relação estreita entre condições edáficas, climáticas e biológicas que condicionam a formação de nichos com características particulares, influenciando no processo de especiação; os limites territoriais dos fluxos gênicos; as barreiras geográficas e biológicas; as adaptações microrregionais; os processos de polinização e dispersão etc. Existe também um outro fator, a presença ou ausência maior de coletas em determinadas regiões. Algumas regiões foram coletadas durante alguns anos, sendo que outras menos, daí muitas vezes o número maior ou menor de plantas endêmicas em determinadas localidades..

Reconstituição do ambiente quaternário em sítios arqueológicos brasileiros
1993 - 2002
O projeto desenvolveu estudos relativos à formação do meio circundante de sítios arqueológicos, visando compreender a adaptação das populações pré-históricas do Planalto do Rio Grande do Sul (Casas Subterrâneas - Tradição Taquara) e dos Grupos de caçadores-coletores do Planalto Central (Abrigos sob Rocha- Tradição Itaparica, Goiás) em relação às mudanças ambientais globais e a estruturação geral da paisagens durante os últimos 11 mil anos.A pesquisa consistiu:- análise de fotografias aéreas, na escala de 1:60.000, permitindo elaborar mapas com a distribuição e domínios dos ecossistemas vegetais e das formas de relevo das áreas envolvidas;- análises de sedimentos (granulométrica, geoquímica e minerológica, mediante difratometria de rios-X), provenientes dos abrigos de Goiás, realizadas no instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, proporcionaram identificar os principais componentes físicos, químicos e mineralógicos dos solos arqueológicos e suas respectivas variações ao longo dos perfis estudados, abrangendo o período de 11 mil anos;- análise de dados pré-existentes..

O guarani pré-colonial e sua implantação no Médio Rio Pardo e Médio Rio Jacuí
1993 - 1998
A partir de uma abordagem ecológico-cultural utilizando-se de dados obtidos em dois estudos-de-caso (Candelária e Médio Jacuí), definiremos os aspectos da implantação de grupos indígenas guaraní pré-coloniais no rio Grande do Sul, procurando assim contribuir para o redimensionamento do processo de ocupação do Brasil meridional por estas populações..

Projeto Içara - SC
1992 - 1998
SC-IÇ-01 está localizado em ambiente de recursos variados junto à desembocadura no Oceano do rio Araranguá, no município de Içara, SC. É um sítio pré-cerâmico de ocupações estacionais durante os meses quentes do ano e se apresenta sob a forma de pequenas manchas compostas por conchas de moluscos marinhos, ossos de peixes marinhos, restos de caça terrestre e coleta vegetal, cujas camadas raramente ultrapassam 30 cm de espessura. Numericamente desproporcionais aos refugos alimentares e restos artefatuais são os indivíduos humanos sepultados nos quatro pequenos aglomerados, cada um dos quais reúne sepultamentos primários, secundários e secundários cremados de diferentes faixas etárias e de ambos os sexos. O primários são predominantemente sepultamentos individuais, ao passo que os secundários e os secundários cremados são geralmente múltiplos, chegando um dos sepultamentos a reunir onze indivíduos. A diferença no tratamento funerário dos 84 indivíduos recuperados nos 364 m2 escavados não é atribuída a diferenças de status, nem a populações ou tempos diferentes, mas à distância entre o momento da morte e a deposição no jazigo do grupo, onde, supõe-se, tenham sido sepultados tanto indivíduos mortos no lugar, como indivíduos falecidos em outros acampamentos do grupo. As datas de C14, correspondentes ao século 4º e 5º de nossa era, permitem pensar o sítio como um jazigo mortuário de populações semelhantes aos Xokléng, entre os quais se praticava a cremação dos mortos até anos recentes. Apesar de os refugos alimentares indicarem intenso uso de recursos marinhos, os artefatos, a disposição dos restos e especialmente o ritual funerário, separa este sítio claramente dos sambaquis da região..

Escavações arqueológicas da Dra. Ana Maria Beck
1991 - 1992
Estudo da ocupação pré-histórica do litoral catarinense através das escavções que a Dra. Ana Maria Beck fez nas décadas de 60 e 70, procurando destacar a diversidade cultural nessa ocupação..

O sítio arqueológico de Balsinha II
1991 - 1992
Estudar o sítio pré-cerâmico de Balsinha II, escavado pelo Pe. João Alfredo Rohr, S.J..

Projeto Corumbá
1990 - 1999
Este é o primeiro projeto sobre o Pantanal, uma área ecológica de primeira importância no Brasil e na América do Sul. O projeto produziu uma visão de sua pré-história, com mais de 200 sítios estudados, caracterizando as culturas e suas mudanças desde 8.200 antes do Presente até a conquista, onde destaca primeiro, grupos caçadores-pescadores pré-cerâmicos entre 8.200 e 2.000 anos atrás e, depois, grupos caçadores-pescadores e grupos agricultores, de 2.000 antes do Presente até a conquista espanhola e portuguesa da área. Também foram feitos estudos das populações indígenas do período colonial (Guató, Guaná, Xaray, Guaicuru e Paiaguá) sob a forma de dissertações de mestrado..

Uma Etno-história para os índios kaingáng e xokleng do Paraná e de Santa catarina
1990 - 1998
Através de documentos produzidos pela arqueologia e de quaisquer documentos escritos, visuais, ou artefatos, reconstituir a história das populações kaingáng e xokleng do Paraná e de Santa Catarina, destacando os processos culturais de sua evolução..

O sítio arqueológico da Cabeçuda
1990 - 1992
Estudo de um sítio de ocupação litorânea da tradição Itararé, escavado pelo Pe. João Alfredo Rohr..

O sítio Aldeia Enseada do Sul
1990 - 1992
Definição dos ítens alimentares que compunham a dieta dos grupos humanos que ocuparam o sítio arqueológico Enseada I..

Índice remissivo da coleção De Angelis brasileira
1989 - 1994
A evolução dos caçadores do sudeste do RGS
1989 - 1992
Os sítios estudados são cerritos localizados na planície quaternária do município de Camaquã, RS..

As Reduções jesuíticas do Guairá, PR
1988 - 1992
Estudo das reduções jesuíticas do Guairá com vistas à verificação da medida de compreensão política de seus fundadores sobre a situação política em que as mesmas eram executadas..

Os sítios do Pântano do Sul
1988 - 1992
Estudo de dois acampamentos pré-cerâmicos no sul da ilha de Santa Catarina. Os dois sítios pré-cerâmicos do Pântano do Sul, com as datas mais antigas do litoral catarinense, contêm muitas esculturas em pedra, conhecidas como zoolitos..

O sítio arqueológico Laranjeiras I
1987 - 1994
Este é um grande sítio pré-cerâmico, da primeira etapa de ocupação do litoral de Santa Catarina, com 60 sepultamentos e mostrando grande parte do antigo acampamento de coletores de moluscos..

O sítio arqueológico da Armação do Sul
1987 - 1990
Localizado na praia do mesmo nome no sul da ilha de Santa Catarina. Objetivo é caracterizar o assentamento em função de sua implantação no terreno, caracterizando aspectos culturais realcionados a cultura material dentro da problemática da ocupação pré-histórica do litoral catarinense..

O sítio arqueológico Laranjeiras II
1986 - 1993
Estudo da instalação de uma aldeia de tradição ceramista Itararé, no litoral norte de Santa Catarina..

Escavações arqueológicas do Pe. João Alfredo Rohr, S.J.
1986 - 1991
Estas escavações oferecem amostras das culturas desde a primeira ocupação até a chegada do europeu. Nosso objetivo é estudar a ocupação do litoral catarinense através destas escavações..

Projeto Alto Sucuriú
1985 - 1995
Levantamento de sítios arqueológicos do MS, como base para estudo e definição de políticas para preservação desse patrimônio, recomposição das condições existentes na época do povoamento e suas alterações no correr dos milênios..

Projeto Ivoti
1985 - 1995
Num pequeno abrigo escavado em Ivoti, RS, foi encontrada uma ocupação de populações caçadoras-coletoras da tradição Umbu, que permite estudar sua evolução desde o começo do Holoceno até sua extinção, no primeiro ou segundo milénio d.C..

Brejo da Madre de Deus, Pernambuco: Projeto de escavação de salvamento
1985 - 1986
No município de Brejo da Madre de Deus, a 200 km de Recife, foi encontrado um sítio arqueológico extremamente importante para a arqueologia brasileira. Nele existem aproximadamente 200 sepultamentos de uma população anterior à conquista portuguesa..

Projeto Candelária
1984 - 1992
Recomposição de aldeamento tupi-guarani pré-histórico, em área escavada, e estudo das informações ali existentes, para compreensão de seu funcionamento..

Padrões de alimentação das populações pré-históricas do RS
1982 - 1995
O estudo da alimentação indígena está dentro de um enfoque de antropologia cultural, visando comparar o alimento recuperado na escavação com as disponibilidades ambientais e a tecnologia disponível. Os estudos abrangem tanto os caçadores-coletores dos abrigos do interior, como dos sambaquis e também os horticultores de diversas tradições cerâmicas..

Projeto Serra Geral
1981 - 1996
Estudo das populações que viviam entre os campo altos, os cerrados e a caatinga, na zona limítrofe entre Goiás e Bahia; área de muita arte rupestre datável de até 27.000 anos, investigação das razões da ocupação antiga das zonas áridas e da adaptação do homem a esse meio ambiente..

Variação regional no assentamento atribuído a populações Jê do Sul do Brasil
1977 - 1980
O objetivo do projeto é avançar na compreensão do sistema de assentamento arqueológico em áreas do Sul do Brasil atribuídas a populações Jê..

Projeto Paranaíba
1975 - 1998
Estudo, em convênio com a Universidade Católica de Goiás, de mais de 40 abrigos rochosos, pintados e com gravuras, que foram ocupados ininterruptamente desde a última glaciação; levantar-se-ão os indicadores da evolução climática e das mudanças ocorridas com o homem brasileiro, nos últimos 11.000 anos, numa área de 20.000 km2 do planalto do sudoeste de Goiás, de ambiente de cerrado. O projeto já tem um volume publicado (Pesquisas Antropologia nº 44, 1998)..

Escavação Arqueológica a Rio Grande, RS
1972 - 1972
Completar dados para a seriação da cerâmica da região de Rio: realizar ao menos mais um corte estratigráfico num cerrito de Rio Grande..

Habitantes pré-históricos do Rio Grande do Sul: caçadores e horticultores na região central
1971 - 1973
A área abrangida por este projeto compreende o Alto Jacui, desde a sua inflexão para o Norte, bem como áreas do Alto Ibicui. Os objetivos são o estabelecimento de uma sequência cultural para a área, onde conseguimos destacar nitidamente grupos caçadores e grupos horticultores, cujos nichos ecológicos ainda não foram estabelecidos..

Redução de Candelária
1971 - 1971
Em abril de 1970, tinha-se conseguido identificar como redução jesuítica de Candelária, o sítio situado perto do povoado do Rolador, no município de São Luiz Gonzaga. O objetivo foi conhecer a estrutura das casas, os materiais de construção, a funcionalidade das casas..